O ingrediente principal das terapias ayurvedicas é o óleo vegetal. Os mais usados são o de coco (frio para peles quentes e irritadas), de gergelim (quente, para peles ressecadas) e de girassol (morno, para pele de normal a oleosa), mas, hoje em dia também usamos largamente o azeite de oliva extra-virgem e o de sementes de uva. Podemos utilizar esses óleos puros ou adicionar algum óleo essencial (concentrado) ou erva.
Pode parecer estranho aos ouvidos brasileiros que usamos óleos naturais para tratar a pele facial, pois aparentemente eles deixarão uma sensação de oleosidade na pele. Mas, não é bem assim. Quando aplicamos o óleo adequadamente e massageamos a pele corretamente, os efeitos são tão delicados e profundos quanto os dos cremes importados.
No Ayurveda os óleos são largamente utilizados na culinária (vegetais) e também na cosmética (vegetais e essenciais). Preferimos sempre os óleos puros, prensados mecanicamente a frio e sem adição de solventes de qualquer natureza.
Os óleos vegetais funcionam como carreadores para óleos essenciais e outras substâncias como ervas e extratos (uso interno e externo). Damos tanta importância aos óleos destinados à cosmética quanto aos óleos da alimentação, pois a pele é o maior órgão do nosso corpo, tem importante função absortiva, é protetora de músculos e órgãos, termorreguladora, excreta toxinas ajudando a fortalecer a imunidade e a camada oleosa que recobre a pele protege contra vírus e bactérias.
Na Índia há evidências do uso de “destilados florais” há mais de 5.000 anos. Arqueologistas encontraram recipientes de perfumes datados de 2.000 A.C. confirmando que o indianos utilizavam essas substâncias herbais para perfumar o corpo. A literatura védica lista mais de 700 substâncias, entre elas o gengibre, a canela, a mirra e o sândalo, com propriedades terapêuticas para o corpo e a mente na forma de óleos perfumados e fumaça (incensos utilizados em rituais religiosos para ajudar a aquietar a mente e favorecendo o aprofundamento na meditação).
Os seus efeitos terapêuticos são mais importantes quando a causa da doença é um distúrbio mental ou emocional, sendo fortemente recomendados em situações de estresse e depressão.
Os óleos vegetais são gorduras (ou lipídeos – compostos por ácidos graxos e glicerol) extraídas de sementes e plantas oleaginosas por prensagem a frio ou a extração química por solventes.
Os óleos essenciais são compostos aromáticos voláteis concentrados que possuem princípios ativos terapêuticos de acordo com sua composição química, extraídos de plantas medicinais (folhas, flores, madeira, ramos, galhos, frutos, rizomas e/ou raízes) por processo de destilação (por arraste com vapor de água, destilação a pressão reduzida ou outro método adequado).
Alguns aromaterapeutas consideram os óleos essenciais a joie de vivre – a alegria de viver das plantas. As essências sintéticas que imitam os óleos essenciais naturais não têm as mesmas propriedades terapêuticas.
Tanto na culinária, quanto na cosmética, recomendam-se os óleos vegetais ou essenciais puros, extraídos mecanicamente a frio e sem adição de solventes químicos.
Alguns óleos são antissépticos (camomila, eucalipto, lavanda, limão, mirra, patchouli, tea tree) e bactericidas, outros protegem contra infecções virais (bergamota, eucalipto, juniper, lavanda, limão, tea tree) e são anti-inflamatórios (bergamota, camomila, sálvia, eucalipto, gerânio, jasmim, lavanda, limão, mirra, neroli, patchouli e tea tree).
Os óleos são úteis por conferir aromas muito agradáveis ao corpo, estimular a saúde física e ainda ajudam a restaurar o equilíbrio emocional. Eles influenciam a saúde por 2 vias – pela absorção da pele e pelo olfato. Pela sua estrutura molecular, a pele é permeável ao óleo que penetra pelos poros e atinge folículos, o líquido intersticial que circunda as células, atingindo os minúsculos capilares do sistema sanguíneo, circulando e se disponibilizando para as células, podendo atravessar a barreira hematoencefálica e atingir algumas porções do cérebro.
Pelo sistema olfativo a fragrância terapêutica atinge o sistema límbico, relacionado com a regulação das funções motoras, emoções e memórias. Esse sistema envia impulsos para o hipotálamo, que controla a temperatura corporal, a fome, a sede, o sono, o desejo sexual e as emoções.
– Quais os cuidados no manuseio, validade e escolha do produto?
- Origem – a origem do produto influencia na sua qualidade. É importante
observar a indicação do país de origem. Ex: Lavanda – origem França.
- Óleos essenciais são caros porque necessitarem de grande quantidade de matéria prima para serem produzidos, portanto, desconfie de óleos baratos – ou eles são adulterados ou estão próximos da data final de validade.
- Os óleos essenciais devem ter registro na ANVISA. Os fabricantes devem obrigatoriamente declarar a validade dos óleos na embalagem e essa data deve ser respeitada pelo consumidor.
- Os óleos vegetais são termo e fotossensíveis, ou seja, perdem as suas propriedades terapêuticas em contato com a luz e calor, e, portanto, devem ser armazenamos em recipientes de vidro na tonalidade âmbar, protegidos da luz em ambientes frescos. Ao contrário do vinho, os óleos jovens são mais potentes. Em contato com o oxigênio, os óleos passam por processos de oxidação ou rancificação, caracterizados por mau cheiro e sabor, tornando-se inadequados para o consumo interno ou externo.
- Os óleos puros não apresentam uma consistência leitosa em contato com a água e não têm cheiro de álcool.