No dia 12 de Janeiro de 2014 nasceu a Valentina, um anjinho que nos emprestaram para viver experiências nesta jornada! Hoje ela faz 1 mês e não poderia ser mais grata a força da criação por esta oportunidade de vivência. Sentir o seu cheirinho a cada dia é algo que me fortalece!
Durante alguns anos eu e meu marido Oswaldo pensamos em não ter filhos, mas em uma viagem de estudos feita para a Índia em 2013, na visita a um templo que tocava mantras ao vivo senti meu coração aquecer, bater mais forte e neste momento tive um nítido pensamento de que queria ter filhos, ou melhor, de que iria ter. Nunca mais esquecerei a sensação de certeza que tive junto com a emoção de ouvir aqueles sons sagrados. No mesmo dia liguei para meu marido que estava no Brasil e disse para que se preparasse que quando eu chegasse de viagem iríamos encomendar o nosso bebê. Ele topou na hora!
E logo que cheguei ao Brasil, tive que esperar um pouco para conceber a pequenita, pois é recomendado tomar vermífugo depois de viagens com comidas tão exóticas. Além disso resolvi preparar meu corpo de maneira ayurvedica para a concepção. Tudo estava resolvido em Abril, me sentia fisicamente bem disposta, cheia de ojas e o pensamento de ter um filho não saia mais da minha cabeça.
No dia 22 de Abril de 2013 eu e o Oswlado resolvemos pela primeira vez ter relação sem preservativo. Meu marido já me esperava no quarto e antes de ir de encontro a ele resolvi visitar meu altar onde estão as imagens de meus mestres, me concentrei e fiz uma oração dizendo que estava pronta e que podia nos mandar alguém para que pudéssemos cuidar. E assim foi, dia 22 de Abril de 2013 a Valentina foi concebida.
E contando esta história para a minha parteira ela pegou um calendário, fez umas contas e me disse – Se você tiver um ciclo menstrual regular e a concepção foi mesmo neste dia sua filha nascerá no dia 12 de Janeiro que corresponde ao quarto dia da lua crescente. Tudo tem sua hora e acontece de maneira perfeita! Pelo sim ou pelo não.
Ao longo do tempo de gestação me preparei com yoga, uma boa alimentação e principalmente me programei para ter o parto mais natural possível, queria sentir tudo o que o momento de parir poderia me trazer. Por isso escolhi uma equipe de profissionais que trabalham com parto humanizado.
O que é parto humanizado?
Humanizar é acreditar que a gestação e o parto são eventos fisiológicos perfeitos salve algumas exceções que precisam de cuidados especiais (15 a 20% das gestantes).
Humanizar é acreditar na fisiologia da gestação e do parto. Humanizar é respeitar esta fisiologia, e apenas acompanhá-la. Humanizar é perceber, refletir e respeitar os diversos aspectos culturais, individuais, psíquicos e emocionais da mulher e de sua família. Humanizar é devolver o protagonismo do parto à mulher. É garantir-lhe o direito de conhecimento e escolha. Eleonora de MoraesMeu trabalho de parto contando desde a fase latente até a fase ativa durou 46 horas e nas primeiras 40 passei as contrações na minha casa acompanhada pela doula(Celine de Kerchove), a obstetriz (Cristina Balzano) e meu marido. Eu e a bebê estávamos sendo monitoradas pelas profissionais e tudo estava sempre correndo bem. Em casa tinha piscina inflável, bola, bolsa de agua quente, música, vela, incenso, ou seja, tudo para que eu me sentisse bem a vontade para parir.
Toda vez que eu olhava para meu marido ele estava sempre atento às minhas necessidades me dando todo o apoio emocional, quando me sentia cansada ele me incentivava com um carinho e cuidado que só ele sabe, em nenhum momento ele me desencorajou e assim segui todas aquelas horas sabendo que a cada contração eu estaria mais perto de encontrar a nossa pequena grande filha. Foram momentos de muitas sensações. Senti entusiasmo, amor, medo, dor, prazer e dúvida. Você pode imaginar o tamanho do processo de autoconheciemento que passei nestas horas? E é claro que a Valentina só foi nascer depois que muitos pensamentos foram digeridos pelos meus corpos físico, emocional e mental.
São processos de uma vida que surgiram e se dissiparam no trabalho de parto. Nunca imaginei que fosse passar por algo tão forte e sublime em toda a minha vida!
Quando minha dilatação estava com oito dedos fomos todos para o hospital São Luiz para a sala de parto natural que é equipada com banheira, chuveiro, teto iluminado como estrelas, som e lá estava a minha médica Dra. Dolores cheia de entusiasmo pronta para finalizar o parto conosco. Um detalhe é que a Dolores colocou uma trilha sonora perfeita para o momento “Rosa Zaragoza” que até hoje escuto principalmente na hora de amamentar. Fico tão emocionada que as vezes choro de lembrar do olhar da equipe no momento da expulsão, ou seja, quando a nossa filha veio ao mundo todos sorriram, enquanto eu, sentada num banco de parto sentia temperatura alta do copo da bebê tocando a minha pele. Quanto calor!
Em cada instante fui tratada com muito respeito como a protagonista do parto, fazendo minhas escolhas. A Valentina chegou na sua hora, direto para as mãos do papai que entregou para o calor do peito da mamãe. Nos meus braços ela ficou por um tempão, chorou, se aquietou, mamou. O amor tomou conta de mim!
Desejo que estes profissionais possam expandir seu trabalho dando força e poder para muitas mulheres neste momento tão importante de suas vidas.
Este é o começo de um caminho!
Um abraço fraterno.
Namastê!
Simone Saavedra
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Simone, fico muito contente em ler as tuas palavras conscientes de que tudo foi uma experiência das mais magnificas vividas por uma mulher que vai dar a luz um ser humano.Espero continue crescendo cada dia mais nos teus pensamentos maravilhosos.
Teu pai.
“O amor é a coisa mais importante do mundo. Tão importante que a segunda coisa mais importante fica em terceiro”.(Eu me chamo Antonio)
A maternidade é mesmo uma experiência incrível. E você é muito especial.
Obrigada por compartilhar.
Bjs